Puros & Vinhos

sexta-feira, outubro 17, 2008

10ª Prova á Quinta

R Rieussec 2004 Br (França/Bordéus) - Cor amarela dourada, sem ser demasiado pronunciada, uma cor linda que desperta curiosidade imediata. Aroma com forte presença vegetal, notas claras de barrica, algum fumado, presença explícita de fruta cozida e fruta em calda, sem no entanto insinuar qualquer tipo de doçura. Pêra cozida, alperce em calda, ervilhas, urtigas, é um branco deveras original e apelativo.
Estruturado, cheio, denso sem nunca ser viscoso, confirma por inteiro aquilo que o nariz sugeria. Seco, cristalino n
a acidez, temos um vinho de guarda, um branco diferente que nos revela qualidades e virtudes inesperadas. Não será um branco consensual, não tem fruta fácil e evidente, não tem aromas tropicais, mas tem "raça"!

Média: 14.84

Grau:12.5º

Uvas: Sémillon e Sauvignon Blanc

Preço: 12€

Quinta do lagar Novo Viognier 2006 (Estremadura)- Nariz com fortes notas aromáticas a ameixa, maracujá e manga. Corpo glicerinado, gordo, muito plano. Que distância de um Viognier francês ou mesmo português. Não é que o vinho apresente defeitos, o problema é que também não apresenta características marcantes que o tornem original ou particularmente interessante.

Média: 13.09

Grau:14º

Uvas: Viognier

Preço: 11€

Herdade do Porto da Bouga Reserva 2007 (Alentejo)- Nariz simples, com o aroma a cereja envolvido em sensações de lavagem de lagar. Na boca, a percepção de corpo médio confere-lhe uma entrada envolvente. Com a evolução emagrece ligeiramente, terminando curto/moderado, com estrutura leve, acidez agradável e sabores frutados. Um vinho correcto que se bebe despreocupadamente.

Média:12,67

Grau:13,

Uvas:?

Preço:4,22


Quinta do Foz do Arouce Vinhas Velhas Santa Maria 2005 (Beiras) - Aroma fechado. O vinho necessita, no mínimo, de uma hora de abertura para perder a rusticidade do aroma conferido, certamente, pela casta baga. Surge mais tarde as especiarias e a boa madeira.
Na boca o vinho é encorpado, com boa acidez e concentração de sabores moderada. Os taninos conferem alguma secura mas o conjunto é equilibrado. A envolvência do palato é moderada com aromas da casta baga, e o final é médio, com persistência da fruta.

Média: 13.35

Grau:14º

Uvas: Baga

Preço: 30€


S de Soberanas 2004 (Terras do Sado) - este S mostra-se muito interessante de aromas, um tinto de cor rubi profunda, escuro e denso. Nariz quente, generoso, com bela fruta madura, ameixa preta, cereja e amor e, chocolate preto, temos um tinto muito apetecível, guloso, mas simultaneamente austero e sereno, uma curiosa combinação de juventude irrequieta e sabedoria ponderada. Leve floral, tem final perfumado de muito belo efeito. Interessantes notas de cedro, a madeira está muito bem integrada e harmoniosa.
Boca fresca, ataque possante mas contido, acidez muito bem proporcionada, taninos poderosos mas bem-ed
ucados, este s de Soberanas está um bonito vinho, um "blend" feliz entre classicismo e modernismo. Final longo e intenso, é um vinho amigo da mesa, local onde se sente em casa.

Média:16

Grau:14º

Uvas: Trincadeira e Alicante Bouschet

Preço: 26€


Viñas Argentinas Malbec 2007 (Argentina) - o aroma surge quente e com os frutos vermelhos em evidência.
Na boca, o vinho tem corpo leve apresentando-se algo plano no palato. Os taninos são discretos, conferindo uma textura suave. A acidez perceptível não consegue dar frescura suficiente à concentração moderada de sabores marcados pela madeira. O final de boca é ligeiramente curto, completando um conjunto sem atributos especiais.

Média:15.34

Grau:13º

Uvas: Malbec

Preço: 4€


Soberana 2004 ( Terras do Sado)(visto que este vinho é um repetente neste tipo de prova, decidi que esta nota de prova seja igual á feita na sexta prova á quinta, só a média final varia)

A madeira dá suporte a aromas de frutos vermelhos, florais e vegetais. Algum álcool a prejudicar a prova. Na boca o vinho está austero. Os taninos conferem uma secura que encobre os sabores da fruta. O vinho tem corpo médio/cheio mas a estrutura não aguenta o álcool. O comprimento no palato é moderado, e o final de boca é médio/longo. A acidez é elevada e promete um bom futuro para o vinho, apesar do final de copo revelar alguma acidez volátil, indicando que o vinho necessita de tempo para estabilizar.

Média: 15,34

Grau: 14.5º

Uvas: Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet, Alfrocheiro e Tinta Caiada

Preço:12,75€


Foi ainda provado um Quinta do Infantado 2005, mas não deixo nota de prova nem a classificação por achar que o vinho tinha TCA. Pelo menos 2 dos 6 provadores tiveram essa sensação.


purosevinhos@gmail.com

7 Comments:

Blogger Luis Prata said...

Enjoativo esse Viognier...

Abraços

5:01 p.m.  
Blogger Presidente said...

Pratas eu achei que com o aumento de temperatura ele foi ficando muito enjoativo, talvez devido á falta de alguma acidez.

Um abraço

5:07 p.m.  
Blogger Mr. Wine @ Football said...

Boas,

Mais uma excelente descrição dos vinhos, mas oh sr Presidente de facto o Qt da Foz tem tudo menos corpo!!!!!! O final é medio???!!!!

Discordo em completo de grande parte da descrição deste vinho.

Qt ao restante em grande maioria de acordo.

Um abraço e Saudaçoes aos Puros

NA

5:52 p.m.  
Anonymous Anónimo said...

Ora viva,

Devo dizer que muito me surpreendi com a apreciação feita ao Qta. Foz do Arouce!!!! Eu achei-o um vinho extraordinário(complexo+único+com enorme margem de progressão - atributos essenciais para ser chamado de "grande vinho"). Quanto ao S de Sobranas , pode ter muitas qualidades mas "amigo da mesa" não será o mais óbvio... isto, claro, para mim!!!

Abraço e continuação de boas provas,

Pedro Guimarães

10:07 a.m.  
Blogger Mr. Wine @ Football said...

Boa tarde Pedro,

De facto o vinho não mostrou nada para ser denominado um "grande vinho", muito pouco corpo e aromas muito directos.

Poderá melhorar e evoluir, mas como diz o nosso "presidente" no primeiro minuto não mostrou nada para pertencer à elite dos grandes.

Saudações.

2:44 p.m.  
Blogger PAULO SOUSA said...

Já não foi a primeira vez que provei o Foz do Arouce,é um vinho diferente...mas isso não faz dele um grande vinho...Com enorme margem de progressão?Uma das caracteristicas da casta Baga é a sua longetividade,se isso é sinónimo de "grande margem de progressão",então está correcto.
Também acho que que o S é bastante gastronómico,mas são tudo opiniões de que levou um vinho tipo caseiro.

3:28 p.m.  
Blogger Presidente said...

Olá Pedro, opiniões cada um dá as pensa que vão de encontro ao gosto pessoal de cada um.
Em Janeiro na primeira prova ás quintas foi provado o de 2003 e a apreciação final foi deveras melhor.
Este 2005 não me convenceu, muito rústico para o meu gosto pessoal não me encheu a alma.
O que provou foi o de 2003 ou 2005?
Eu gostei muito mais do perfil do de 2003, assim como ao resto dos provadores.

Um abraço

12:40 p.m.  

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