G DE GEMELLI E DE GULA
Alguns dos membros do Puros & Vinhos decidiu ir almoçar ao Gemelli, e experimentar o almoço de degustação de Sexta-feira. Fomos muito bem recebidos pelo Chef Augusto Gemelli, que nos presenteou com uma magnifica refeição. O menu era o seguinte:
Entradas
Rolinho de Espadarte a Siciliana com Molho de Tomate
Presunto de Parma com Cebolinha em Agridoce de "Garnacha" e Laminas de Pão de Mafra
Primo Prato
"Ravioli" de Costela de Novilho com Manteiga de salva e Pecorino Ralado
Secondo Piatti
"tagliata" de Novilho com batata Saltada e Pesto
Sobremesa
"O nosso Toque de Doçura" (Creme Brulée com chocolate picante)
Esta refeição era acompanhada pelos seguintes vinho: Terrenus Br 2007 e Terrenus Tn 2006. Preço Total de 39€.Rolinho de Espadarte a Siciliana com Molho de Tomate
Presunto de Parma com Cebolinha em Agridoce de "Garnacha" e Laminas de Pão de Mafra
Primo Prato
"Ravioli" de Costela de Novilho com Manteiga de salva e Pecorino Ralado
Secondo Piatti
"tagliata" de Novilho com batata Saltada e Pesto
Sobremesa
"O nosso Toque de Doçura" (Creme Brulée com chocolate picante)
Vou dar a minha opinião sobre o vinhos que foram degustados durante a refeição:
2PR Vinho Branco Unfiltered Gemelli (Douro) - É acima de tudo um encontro de amigos, Pedro Sequeira e Atónio rosas da 2PR e o Chef Augusto Gemelli. Partindo duma ideia de Augusto Gemelli de criar um vinho branco Unfiltered.
O 2PR vinho Branco Unfiltered gemelli é um vinho pouco comum nos dia de hoje pois não teve qualquer tipo de estabilização tartárica e filtração, no fundo trata-se dum regeresso ao passado no Mundo dos Vinhos.
Esta foi uma cortesia do anfitrião augusto Gemelli que nos deu a experimentar esta sua experiência no mundo dos vinhos.
Basta vê-lo no copo, com a sua cor dourada muito velha, para se perceber que este branco é diferente. Este estilo de cor só costuma aparecer após anos, décadas de vida, sendo insólita num vinho ainda tão jovem. Mas se por acaso a cor lhe passar ao lado, o nariz encarrega-se imediatamente de o alertar para as particularidades deste branco original. Um aroma denso, pesado, quase decadente, de fruta cozida, pêra, marmelo em calda. Gordo, volumoso, pesado, um pouco flácido, não lhe ficaria mal um agasalho de acidez que disfarçasse as pregas da gordura... E no entanto, o vinho nunca se torna plano, acabando mesmo por mostrar-se engraçado na boca, denso e amplo, mas sem nunca se transformar numa caricatura. Final longo. Atreva-se a provar algo muito diferente, mas bem feito.
Nota: 16
Terrenus Br 2007 (Alentejo) - Cor amarelo citrina, na transição para o amarelo palha. A baunilha da madeira ainda mostra os seus atributos de forma visível, não sendo porém suficiente para o melindrar em demasia. Os aromas apontam para a fruta branca, pêra, melão, marmelo e melancia, intercalada por uma singular nota de aniz. Em socorro destes aromas relativamente pesados saem os aromas citrinos, que ajudados pelas lichias ajudam a refrescar o conjunto aromático.
A boca confirma as expectativas criadas pelo nariz, está gordo com acidez viva, carácter mineral muito evidente, Fresco, vivo, resoluto, consegue manter-se redondinho e fino sem nunca se perder em excessos.
Nota: 15.5
Terrenus Tn 2006 (Alentejo) - Aroma declaradamente frutado, suave como a planície, recorda de imediato amora, morango e mesmo uma pincelada de framboesa. Levemente especiado, distinguem-se notas de noz moscada e pimenta preta com facilidade. Boca igualmente frutada, boa acidez, frescura retemperadora, revela final médio/longo. Um vinho agradável.
Nota: 15
Nesse dia tinha chegado á minhas instalações um vinho australiano que eu resolvi levar paro o "Repasto", na esperança que fosse autorizado a abri-la para degustação. Este pedido foi aceite de imediato pelo anfitrião, que desde já agradeço. esse vinho foi o seguinte:
Kilikanoon Oracle Shiraz 2005 (Mclaren Valley/Austrália) - A cor é no mínimo impressionante, muito carregada, quase opaca. O aroma vai revelando diferentes sensações ao longo da prova, desde moka e Chocolate, passando pela fruta preta iniciais até aos maravilhosos aromas complexos depois de bastante arejado. Presença notável de pimenta moída e madeira americana em extrema harmonia com o nariz.
O palato mostra a fruta generosa e expressiva que o cobre bem como o aveludado do paladar. A concentração revelada por este vinho é absolutamente espantosa! Os taninos são firmes como aço mas tão bem integrados na estrutura que quase parecem aveludados e suaves.
Apesar de ser quase um infanticídio beber este vinho agora, a verdade é que ele se bebe agora com muito, muito, mas mesmo muito prazer. É "apenas" um vinho tremendamente "sexy" e voluptuoso. Faz parte do restrito lote de vinhos que mostra a sua grandiosidade desde a mais tenra infância. Robert Parker deu 92Pts a este vinho e deu 97Pts relativamente ao 2004.
Nota: 18
Os vinho australianos que estão referidos neste blog são quase todos comprados na internet através do seguinte site: Noel young Wines
Obrigado Gemelli pelo excelente repasto que nos proporcionou.
purosevinhos@gmail.com
2PR Vinho Branco Unfiltered Gemelli (Douro) - É acima de tudo um encontro de amigos, Pedro Sequeira e Atónio rosas da 2PR e o Chef Augusto Gemelli. Partindo duma ideia de Augusto Gemelli de criar um vinho branco Unfiltered.
O 2PR vinho Branco Unfiltered gemelli é um vinho pouco comum nos dia de hoje pois não teve qualquer tipo de estabilização tartárica e filtração, no fundo trata-se dum regeresso ao passado no Mundo dos Vinhos.
Esta foi uma cortesia do anfitrião augusto Gemelli que nos deu a experimentar esta sua experiência no mundo dos vinhos.
Basta vê-lo no copo, com a sua cor dourada muito velha, para se perceber que este branco é diferente. Este estilo de cor só costuma aparecer após anos, décadas de vida, sendo insólita num vinho ainda tão jovem. Mas se por acaso a cor lhe passar ao lado, o nariz encarrega-se imediatamente de o alertar para as particularidades deste branco original. Um aroma denso, pesado, quase decadente, de fruta cozida, pêra, marmelo em calda. Gordo, volumoso, pesado, um pouco flácido, não lhe ficaria mal um agasalho de acidez que disfarçasse as pregas da gordura... E no entanto, o vinho nunca se torna plano, acabando mesmo por mostrar-se engraçado na boca, denso e amplo, mas sem nunca se transformar numa caricatura. Final longo. Atreva-se a provar algo muito diferente, mas bem feito.
Nota: 16
Terrenus Br 2007 (Alentejo) - Cor amarelo citrina, na transição para o amarelo palha. A baunilha da madeira ainda mostra os seus atributos de forma visível, não sendo porém suficiente para o melindrar em demasia. Os aromas apontam para a fruta branca, pêra, melão, marmelo e melancia, intercalada por uma singular nota de aniz. Em socorro destes aromas relativamente pesados saem os aromas citrinos, que ajudados pelas lichias ajudam a refrescar o conjunto aromático.
A boca confirma as expectativas criadas pelo nariz, está gordo com acidez viva, carácter mineral muito evidente, Fresco, vivo, resoluto, consegue manter-se redondinho e fino sem nunca se perder em excessos.
Nota: 15.5
Terrenus Tn 2006 (Alentejo) - Aroma declaradamente frutado, suave como a planície, recorda de imediato amora, morango e mesmo uma pincelada de framboesa. Levemente especiado, distinguem-se notas de noz moscada e pimenta preta com facilidade. Boca igualmente frutada, boa acidez, frescura retemperadora, revela final médio/longo. Um vinho agradável.
Nota: 15
Nesse dia tinha chegado á minhas instalações um vinho australiano que eu resolvi levar paro o "Repasto", na esperança que fosse autorizado a abri-la para degustação. Este pedido foi aceite de imediato pelo anfitrião, que desde já agradeço. esse vinho foi o seguinte:
Kilikanoon Oracle Shiraz 2005 (Mclaren Valley/Austrália) - A cor é no mínimo impressionante, muito carregada, quase opaca. O aroma vai revelando diferentes sensações ao longo da prova, desde moka e Chocolate, passando pela fruta preta iniciais até aos maravilhosos aromas complexos depois de bastante arejado. Presença notável de pimenta moída e madeira americana em extrema harmonia com o nariz.
O palato mostra a fruta generosa e expressiva que o cobre bem como o aveludado do paladar. A concentração revelada por este vinho é absolutamente espantosa! Os taninos são firmes como aço mas tão bem integrados na estrutura que quase parecem aveludados e suaves.
Apesar de ser quase um infanticídio beber este vinho agora, a verdade é que ele se bebe agora com muito, muito, mas mesmo muito prazer. É "apenas" um vinho tremendamente "sexy" e voluptuoso. Faz parte do restrito lote de vinhos que mostra a sua grandiosidade desde a mais tenra infância. Robert Parker deu 92Pts a este vinho e deu 97Pts relativamente ao 2004.
Nota: 18
Os vinho australianos que estão referidos neste blog são quase todos comprados na internet através do seguinte site: Noel young Wines
Obrigado Gemelli pelo excelente repasto que nos proporcionou.
purosevinhos@gmail.com
8 Comments:
Boas,
Excelente jornata gastronómica. Após um banho turco, uma viagem aos pirineus dos sabores para entrarmos no f-d-s com energia positiva.
Quanto ao repasto, tudo excelente, mas a entrada e a sobremesa foram qq coisa de sublime, a combinação Espadarte-Br Gemeli divinal.
Relativamente aos “Terrenus” o Branco é bem mais agradável do q o seu irmão tinto, os primeiros aromas do tinto sobressai como diz o presidente a lavagem de lagar, mas no inicio da lavagem, depois no copo evolui favoravelmente mas a minha nota recai num 14.
O Kilikanoon é de facto um Killer!!!! Belo vinho, a primeira onda aromática é demolidora, e n defrauda quando o bebemos, dos melhores do ano na minha lista!!!! 18 Valores bem entregues.
PS – A minha saída apressada n me permitiu verificar se o pagamento de 33 € foi o correcto. Caso n tenha sido informem-me
Este comentário foi removido pelo autor.
No actual panorama de restaurantes, existem os que considero de decoração e os de coração. Sem duvida que a Galeria de Augusto Gemelli pertence ao segundo tipo, é claramente um restaurante de coração, personalizado e à imagem do chef.
Um dos princípios que senti nesta cozinha, e que é para mim fundamental, é o de que bons e frescos ingredientes bem cozinhados originam invariavelmente bons pratos.
O outro segredo, aparentemente bem ao alcance de todos, para um prato de sucesso, passa por não construir um prato com uma miríade e disparidade de sabores e ingredientes mas antes, saber conjugar na perfeição um ingrediente principal (carne, peixe, marisco, outro) com um acompanhamento (massa, arroz, pão, legumes, outros) e um elemento aglutinador dos sabores, que pode ser um simples pesto a uma simples redução, sempre aromatizada pela erva de cheiro mais adequada.
Foi isto que encontrei na galeria de Augusto Gemelli, bons ingredientes na correcta diversidade em cada prato, muito bem confeccionados por um misto de alma, criatividade e seguramente muita experiência acumulada.
No restante tudo também a meu gosto. Decoração sóbria, nada exuberante, mas muito cuidada. Serviço de mesa e de vinhos muito bom.
Os meus destaques vão para o rolinho de espadarte, peixe fresco de textura e sabor, cozinhado no ponto. Os ravioli de novilho estavam divinais, de sabor delicado com o aroma da salva e o pecorino a complementarem magnificamente o ravioli.
O crème brulée, leite creme, crema catalana, ou outros cem mil nomes que lhe possam chamar, foi para mim único e o melhor que já degustei.
A textura soberba e a menor doçura que o whisky proporciona, fazem com que assim simples seja já por si uma iguaria única. Foi assim simples que inicialmente o provei. A envolvência com o chocolate picante, resulta numa sabor complexo e original, que demonstram o que já havia referido, criatividade, saber e alma.
Só me faltou mesmo a acompanhar o café um malte e um petit robusto que poderia ser Montecristo Edmundo, Hoyo de Monterey ou porque não um OPUS X.
No que respeita aos vinhos, gostei mesmo muito da excentricidade do Kilikanoon 18 VAL., dos aromas e frescura do 2PR Vinho Branco Unfiltered Gemelli, 15,5 VAL. e do corpo e estrutura médios mas bem conseguidos do Terrenus BR 2007, 16 VAL.
Quanto ao Terrenus TN 2006, ficou algo abafado por ter sido degustado após o Kilikanoon. Contudo paraceu-me um vinho correcto bem feito, um pouco fechado de aromas mas com uma estrutura e acidez muito equilibradas a parecer-me um bom acompanhante para por exemplo um ossobuco, 16 VAL.
Termino com um reforço do que já foi dito.
Obrigado Augusto Gemelli pelo excelente repasto que nos proporcionou.
Obrigado Luis Diniz pelo excelente vinho que nos deste a degustar.
Em relação ao repasto, a minha opinião vai de encontro ao que aqui já foi escrito,excelente refeição.
Apenas dois reparos:
O Primeiro vai para a malta do blog.Este é um espaço que é nosso,mas é publico,portanto acho que mais dez euros menos dez,não fica bem aqui...
O segundo vai para o nosso anfitrião:Aqueles 17 euros do Grana Padano não ficou muito bem...para quem ia fazer o menú de degustação...Nem o chefe ficou mais rico nem nós mais pobres acho só que não ficou bem...Não custa nada perguntar...
Mas fica para a memória uma grande refeição.
p.s-Só dou 17 valores ao Australiano...
Sr. Amaro excelente descrição do almoço. Fica desde já convidado a fazer a crónica sobre a gastronomia de todos os almoços e jantares dos Puros & Vinhos.
um abraço
Tem razão Sr Sousa, apenas fiquei preocupado com a situação.
E parece q resulta, um bom almoço com os confrades antecendendo reuniões....
Caso não tenham reparado na foto que encima esta crónica, estou-me a chegar, como quem não quer a coisa, ao Vice (com letra maiuscula... ) para tentar antecipar os seus doutos comentários e logo de seguida opinar ! ;-)
Mas isto está a ficar mais dificil, porque o nosso amigo Malé , e eu já tinha alertado para este facto, começa a opinar de uma forma, que faz favor ! Creio que deveras douta...! O que obriga a andar com a cabeça , tipo radar para apanhar toda esta panóplia de comentários e adjectivos! A seguir com atenção esta veia literária do nosso amigo Malé!
Concordo com o Vice com os comentários mais privados num blog publico mas creio que o Presidente não fez por mal e já se redimiu retirando o comentário aos € !
E por fim o meu comentário ao repasto, num local que já foi de comida Indiana e que hoje tem o chefe Augusto Gemeli a receber!
E a receber bem! Gostei da simpatia, adorei a entrada de espadarte, que estava divinalmente saborosa e bem confeccionada e que "casou" muito bem com o branco Gemeli que nos foi dado a provar.
E depois aqueles raviolis!!!! Que pena serem só 3 ! ;-) Que delicia !
Acerca dos vinhos direi que para o Gemeli branco unfiltered vão os meus 15,5 Valores - gostei muito dos aromas e da sua frescura- ; para o Terrenus branco vão 15,5valores ; Terrenus tinto, que creio apesar de ter vindo depois do autraliano naõ merece mais do que 15 . Quanto ao Kilikanoon - que agradeço ao Presidente mais esta partilha- tem uns aromas fantásticos e que não nos desilude na prova de boca ! Excelente Vinho ! Ia dar 18 valores mas depois de ver a pontuação do Vice, dou só 17,5 para não ficar mal na fotografia!Eheheheheh.
Quanto aos banhos turcos, Sr. Chalana a ver vamos com esse tipo de comentários......
De facto os nossos analistas são de nivel internacional, as descrições pormenorizadas quer dos vinhos quer dos pratos fazem roer de inveja os genios literarios, proponho q para 2009, realizemos um jantar dos Doutos, Puros e Vinhos...
Lanço um repto ao Vice ou ao Sr. Mario para começar a descrever os Puros....
Um abraço daqueles a todos
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