A CRÓNICA GASTRONOMIA DO 5º JANTAR DE NATAL POR ANTÓNIO AMARO
Mais um excelente jantar de Natal dos Puros e Vinhos.
purosevinhos@gmail.com
Começamos a ter uma certa tradição nestes jantares. O nível está bastante elevado.
Tendo sido instituído, pelo nosso Presidente, como narrador dos comes, aqui vai então uma “impressão” deste nosso jantar.
O repasto teve lugar no Restaurante Club, em Vila Franca de Xira.
A ementa do jantar bem como dos vinhos a provar já faz parte de uma das informações do blog, pelo que não vou aqui repeti-la.
Uma mesa de postura irrepreensível, sóbria com os brancos dos atoalhados e louças a competirem em brilho e limpeza com o excelente conjunto de copos para prova.
Pão e broa, para degustar em azeite virgem extra e uma branca manteiga de cabra, deram inicio à refeição e ao convívio da noite.
Às 20.30h, iniciámos a nossa degustação pelo também já tradicional Ruinart Blanc des Blancs, o melhor champagne aperitivo que já provei.
“Carpaccio a fingir com diospiro de roer”.
A relevância deste prato vai para mim na leveza, equilíbrio e sabor resultantes da perfeita conjugação de todos os ingredientes. Um excelente início.
Para nos preparar para os pratos mais “quentes” uma “Canja de perdiz assada com cheróvias”, servida a seco e acompanhada do seu caldo em recipiente separado. Mistura efectuada imediatamente antes de comer e mais um bom prato a todos os níveis, empratamento textura e sabor, com o toque do tomilho a temperar muito bem esta canja que nos deu o mote para os restantes quentes.
Nesta fase já se vivia uma acesa discussão decorrente da prova do primeiro branco, nada consensual, como se verificou nos comentários finais.
Começámos o peixe pelo prato que para mim foi a melhor surpresa da noite. Não necessárimente e apenas pelo sabor, mas por todo o seu significado.
“Sardinha frita com ameijoa e batata-doce”.
Majestosamente executado e empratado o sabor confirmou aquilo que os outros sentidos já tinham prenunciado. Muito bom, muito português, um prato de cozinha de autor sem dúvida, um prato para todos os sentidos.
E passámos pelo segundo branco da noite. Aquele a que após alguma acesa discussão todos apelidaram de sem dúvida, Private Selection Branco 2007!!!
O prato seguinte, “Linguado assado em massa Kadaif e raizes”, creio que foi o que maior consenso terá tido, pelo menos da minha ala direita ouvi sobre este prato os maiores elogios. Eu também gostei muito e o linguado perfeitamente camuflado na massa Kadaif (este empratamento é uma boa metáfora para a camuflgem do linguado no seu habitat natural) revelou-se na boca suculento e de textura perfeita. Eu diria que ignorando todos os outros sentidos e destacando apenas o sabor este terá sido o prato que resultou no sabor mais delicado e harmonioso. Eu contudo, preferi no prato anterior, o “embate” entre o sabor fresco da ameijoa no suco da sua cozedura com a suculência e opulência da sardinha frita, com a batata doce a ser o perfeito árbitro deste desafio.
Nesta fase iniciàmos os tintos, e verificámos as primeiras surpresas da noite ao conhecermos os vinhos brancos que até aqui tinhamos bebido.
O ultimo prato antes da sobremesa, “Vitela de leite no forno com pistachos e presunto”, ainda que menos fora do vulgar, trouxe-nos nesta fase algum corpo e estrutura necessários a acomodar os vinhos bebidos até então. Nesta fase do jantar os ânimos já estavam mais altos, mas relembro ainda os sabores e textura suave do recheio que em conjunto com a vitela, suspiravam pelo puré de maçã que os acompanhava. Os pistachios emprestavam aqui um toque ligeiramente salgado, a temperar o prato muito bem. Muito reconfortante e deu-me outro alento para suportar mais um ou dois copos dos 4 deslumbrantes tintos que provàmos.
A sobremesa, “O nosso pão de ló com gelado de laranja”, é já nesta fase e sobretudo nestes jantares de Natal mais mal avaliada, contudo recordo-me que a combinação do bolo com o gelado estava brilhante, sendo requintado o sabor que emprestava a fina fatia de laranja caramelizada a este conjunto.
Tendo sido instituído, pelo nosso Presidente, como narrador dos comes, aqui vai então uma “impressão” deste nosso jantar.
O repasto teve lugar no Restaurante Club, em Vila Franca de Xira.
A ementa do jantar bem como dos vinhos a provar já faz parte de uma das informações do blog, pelo que não vou aqui repeti-la.
Uma mesa de postura irrepreensível, sóbria com os brancos dos atoalhados e louças a competirem em brilho e limpeza com o excelente conjunto de copos para prova.
Pão e broa, para degustar em azeite virgem extra e uma branca manteiga de cabra, deram inicio à refeição e ao convívio da noite.
Às 20.30h, iniciámos a nossa degustação pelo também já tradicional Ruinart Blanc des Blancs, o melhor champagne aperitivo que já provei.
“Carpaccio a fingir com diospiro de roer”.
A relevância deste prato vai para mim na leveza, equilíbrio e sabor resultantes da perfeita conjugação de todos os ingredientes. Um excelente início.
Para nos preparar para os pratos mais “quentes” uma “Canja de perdiz assada com cheróvias”, servida a seco e acompanhada do seu caldo em recipiente separado. Mistura efectuada imediatamente antes de comer e mais um bom prato a todos os níveis, empratamento textura e sabor, com o toque do tomilho a temperar muito bem esta canja que nos deu o mote para os restantes quentes.
Nesta fase já se vivia uma acesa discussão decorrente da prova do primeiro branco, nada consensual, como se verificou nos comentários finais.
Começámos o peixe pelo prato que para mim foi a melhor surpresa da noite. Não necessárimente e apenas pelo sabor, mas por todo o seu significado.
“Sardinha frita com ameijoa e batata-doce”.
Majestosamente executado e empratado o sabor confirmou aquilo que os outros sentidos já tinham prenunciado. Muito bom, muito português, um prato de cozinha de autor sem dúvida, um prato para todos os sentidos.
E passámos pelo segundo branco da noite. Aquele a que após alguma acesa discussão todos apelidaram de sem dúvida, Private Selection Branco 2007!!!
O prato seguinte, “Linguado assado em massa Kadaif e raizes”, creio que foi o que maior consenso terá tido, pelo menos da minha ala direita ouvi sobre este prato os maiores elogios. Eu também gostei muito e o linguado perfeitamente camuflado na massa Kadaif (este empratamento é uma boa metáfora para a camuflgem do linguado no seu habitat natural) revelou-se na boca suculento e de textura perfeita. Eu diria que ignorando todos os outros sentidos e destacando apenas o sabor este terá sido o prato que resultou no sabor mais delicado e harmonioso. Eu contudo, preferi no prato anterior, o “embate” entre o sabor fresco da ameijoa no suco da sua cozedura com a suculência e opulência da sardinha frita, com a batata doce a ser o perfeito árbitro deste desafio.
Nesta fase iniciàmos os tintos, e verificámos as primeiras surpresas da noite ao conhecermos os vinhos brancos que até aqui tinhamos bebido.
O ultimo prato antes da sobremesa, “Vitela de leite no forno com pistachos e presunto”, ainda que menos fora do vulgar, trouxe-nos nesta fase algum corpo e estrutura necessários a acomodar os vinhos bebidos até então. Nesta fase do jantar os ânimos já estavam mais altos, mas relembro ainda os sabores e textura suave do recheio que em conjunto com a vitela, suspiravam pelo puré de maçã que os acompanhava. Os pistachios emprestavam aqui um toque ligeiramente salgado, a temperar o prato muito bem. Muito reconfortante e deu-me outro alento para suportar mais um ou dois copos dos 4 deslumbrantes tintos que provàmos.
A sobremesa, “O nosso pão de ló com gelado de laranja”, é já nesta fase e sobretudo nestes jantares de Natal mais mal avaliada, contudo recordo-me que a combinação do bolo com o gelado estava brilhante, sendo requintado o sabor que emprestava a fina fatia de laranja caramelizada a este conjunto.
Apenas dois comentários. Relativamente ao Menu eu teria trocado a ordem de servir entre o linguado e a sardinha, por acreditar que este último prato serve bastante melhor de ponte entre os brancos e os tintos. O linguado perdeu um pouco ao ser já acompanhado por um tinto.
E este tema da “maridagem” entre pratos e vinhos também não foi o ponto forte da refeição. Comemos excelentes pratos, bebemos majestosos vinhos mas a conjugação individual entre cada prato e o vinho não foi ao mesmo nível dos seus valores individuais. Convém aqui ressaltar que este aspecto se deve apenas aos Puros já que os vinhos foram escolhidos por nós.
Em resumo, para mim este jantar pertence ao conjunto dos 10 melhores que já tive e o conjunto dos vinhos bebidos representou a melhor prova de conjunto que até agora tive. É verdade que os tintos do jantar de Natal do ano passado também estiveram a este nível.
Os meus parabéns a toda a equipa do Restaurante Club, que nos serviu um requintado jantar de cozinha de autor. Estes pratos nao resultam apenas da inspiração diária, mas denotam claramente experimentação, toque de autor e uma percepção moderna dos vários sentidos com que actualmente se pode apreciar um prato.
Os meus desejos de um Feliz Natal e um excelente ano de 2009 ao Restaurante Club e a todos os membros dos Puros & Vinhos, extensível como é óbvio às respectivas famílias.
António Amaro, PUROS & VINHOS
E este tema da “maridagem” entre pratos e vinhos também não foi o ponto forte da refeição. Comemos excelentes pratos, bebemos majestosos vinhos mas a conjugação individual entre cada prato e o vinho não foi ao mesmo nível dos seus valores individuais. Convém aqui ressaltar que este aspecto se deve apenas aos Puros já que os vinhos foram escolhidos por nós.
Em resumo, para mim este jantar pertence ao conjunto dos 10 melhores que já tive e o conjunto dos vinhos bebidos representou a melhor prova de conjunto que até agora tive. É verdade que os tintos do jantar de Natal do ano passado também estiveram a este nível.
Os meus parabéns a toda a equipa do Restaurante Club, que nos serviu um requintado jantar de cozinha de autor. Estes pratos nao resultam apenas da inspiração diária, mas denotam claramente experimentação, toque de autor e uma percepção moderna dos vários sentidos com que actualmente se pode apreciar um prato.
Os meus desejos de um Feliz Natal e um excelente ano de 2009 ao Restaurante Club e a todos os membros dos Puros & Vinhos, extensível como é óbvio às respectivas famílias.
António Amaro, PUROS & VINHOS
purosevinhos@gmail.com
6 Comments:
Que o ano de 2009,seja como este jantar,EXTRAÓRDINARIO.
Excelente a crónica desse grande critico gastronómico que é António Amaro.
Um abraço especial também para o Presidente,pelos comentários e pela paciência que é necessária para organizar estes jantares.
Um abraço para todos.
P.S-Málé podemos começar a enviar as notas de prova a partir de dia 1/1/209?Para o mail dos puros e o Presidente faz o reenvio?
Grande crónica do nosso "Fernão Lopes" substanciada em doutos comentários sem dúvida !
Aqui este elemento da ala direita do jantar envia um grande abraço e os desejos de um excelente 2009 para o nosso Málé e restantes elementos do Puros & Vinhos
Esta crónica está muito bem escrita (embora eu seja algo suspeita nesta apreciação!). Quanto à curiosidade que me despertou...Só tenho um comentário a fazer: para quando um jantar com as respectivas mulheres? por altura do dia da mulher ou do dia dos namorados...
Votos de um bom ano de 2009!
Boa sugestão, um jantar dos Puros e Namoradas no dia de São Valentim.
Só existe um problema,quem conduz?
Acho q seria uma boa iniciativa, a minha "namorada" há muito que reclama uma oportunidade para desfrutar dos "nossos nectares".
Fica prometido para este ano um jantar com as respectivas mulheres e namoradas dos elementos do grupo.
sempre que temos os jantares tenho sempre uma pessoa a reclamar lá em casa porque não levam as mulheres.
"Um jantar no femenino"
Dias para o jantar, vou aproveitar as datas da Clara para votação:
Sábado 14 de Fevereiro
Domingo 8 de Março
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