1ª PROVA Á QUINTA DE 2008
Deixo aqui as impressões sobre a primeira prova á quinta de 2008 dos Puros & Vinhos:
San Román Toro/Espanha 2003 - Nariz amanteigado, o caminho aromático evolui para sensações a baunilha e fruto vermelho maduro, que ganha força com o tempo de abertura. A madeira está no final do percurso, puxando pelo carácter da especiaria e do fumo, distinto e definidor. O resultado global tem um toque de diferença e originalidade. Na boca o fruto vermelho ganha dimensão, "aquecendo" a estrutura média sentida a meio do palato. Os taninos suaves marcam presença no conjunto, servindo de suporte a qualquer eventualidade. Termina longo, saboroso a fruta e madeira, envolvido por uma acidez assertiva e equilibrada. O álcool sente-se na entrada mas não incomoda. Um vinho que vale a pena conhecer. Nota: 17
Poeira 2005 Douro - Límpido com uma cor granada com média/alta concentração. Um nariz rico e complexo, numa . Perfeita integração alcoólica, com uma inicial "vergonha e timidez" do fruto a darem azo a que a barrica expresse toda a sua finura. Com o arejamento chega uma avalanche de notas de geleia donde se desprendem a nuance achocolatada, o toque mentolado. Uma lenta evolução no copo que acaba por revelar todo o esplendor de uma fruta muito doce. Encorpado, fresco e muito macio e sem que se perca o rasto às notas de geleia. Fruto de grande qualidade, acidez no ponto, taninos harmoniosamente encaixados no conjunto e um final de grande gabarito. Um belíssimo tinto equilibrado. Um vinho delicioso, um primor de elegância, daqueles que poderão decepcionar em provas cegas mas que, em contrapartida, só os cegos não lhe reconhecerão as virtudes. Continua a ser um grande Douro. Nota : 17,5
Quinta Foz do Arouce Vinhas Velhas de Santa Maria 2003 Beiras- Vermelho carregado, denso e opaco, eis o cartão de visita deste vinho. No nariz atacam logo de início os aromas especiados . Depois, com um bom período de arejamento, surge sem aviso prévio a fruta, fruta silvestre madura e bem comportada. Mas por mais arejamento que "sofra", por muito que se espere, há sempre um fundo de nariz que não está completamente limpo e que não dá asas a este vinho para voar...Na boca, a entrada é quase inebriante. Estamos perante um vinho glicerinado, gordo, recheado de fruta madura, mas sem demências nem excessos. A acidez, pronunciada mas equilibrada, dá-lhe "raça", nervo, vivacidade e corta por inteiro a doçura da fruta. Os taninos não dão sinais de timidez, bem antes pelo contrário, são uns destemidos e quase exibicionistas. É um vinho harmonioso, com uma potência contida mas poderosa. Nota : 16,50
Grande Encontro 2005 Bairrada - Apresenta com cor violeta pura. Boa fruta, leve desvio alcoólico, boas notas florais caracterizam este Encontro. Taninos musculados mas bela finura de boca (dificilmente se percebe a sua origem bairradina), final longo.Nota : 16