SÉTIMA PROVA Á QUINTA
Lá nos juntámos mais uma vez para uma prova cega, onde estiveram presentes 7 confrades como júris isentos e INDEPENDENTES.
Volúpia 2007 Br (Bairrada) - Cor amarelo limão. Nariz um pouco mudo, pouco comunicativo, por enquanto não nos quer contar muito sobre si nem revelar os seus pensamentos mais íntimos. Isso não impede que se consiga detectar a presença agradável da ameixa amarela, do limão e da lima, bem como o aroma tão característico da flor de laranjeira. Sentem-se alguns aromas vegetais ainda "verdes", umas notas herbáceas que por não serem exageradas lhe conferem alguma frescura e irreverência.
Acidez viva e equilibrada, volta a apresentar-se vegetal na boca. Final médio, intensidade generosa, seco, não esconde a sua queda para o alperce seco e para a ameixa. É um branco fresco e refrescante, um vinho muito honesto que não deixa ninguém ficar mal. É além disso um bom branco para o Verão, para a esplanada e para acompanhar peixe.
Média Final:15
Preço:4€
Hardys Nottage Hill Chardonay 2006 Br (Austrália) - Nariz fresco, dividido em dois distintos conjuntos aromáticos. Por um lado, surge uma mineralidade forte, quase ferrosa, completada por nuances vegetais frescas, e, por outro, existe uma concentração de aromas a mel, ananás, melão e figos muito interessante. Na boca é carregado nos sabores a mel, espessos, enquadrados e avivados por uma acidez fresca, muito equilibrada. Esta estrutura conduz um final de boca moderado/longo, elegante, leve, de pendor mineral no pós boca. Um vinho de perfil moderno que agradará facilmente à maioria dos consumidores. Além de ser capaz de acompanhar tanto pratos de carne ou peixe. Penso que este vinho foi um bocado penalizado devido á temperatura ter sido um bocado elevada.
Média Final:14,58
Preço: 9€
Covela Escolha 2006 Br (Minho) - A cor é amarelada. O nariz emana a força de frutos secos, de estilo amendoado, e da madeira com nuances a baunilha, confirmando o estágio em madeira. O estilo cremoso é completado por uma frescura vegetal, a lembrar erva cortada, e por um subtil floral. A boca reserva uma surpresa muito agradável, revelando um vinho cheio e untuoso, sem excessos. Termina longo, equilibrado por uma acidez viva, perfeitamente enquadrada na estrutura, conferindo-lhe uma leveza inesperada. Os sabores, de complexidade média, revelam sensações minerais e vegetais bastante refrescantes. Acompanhe com um peixe grelhado num dia ameno de Verão.
Média Final:15,79
preço: 9€
Herdade de São Miguel Reserva 2005 Tn (Alentejo) - Cor vermelho granada, com bordo vermelho carnudo. Aroma fino, com provas flagrantes de madeira de boa qualidade, sem exageros, com peso e medida. Nariz com notas canforadas e fruta, fruta vermelha e preta, com primazia para as amoras, groselhas, ameixas e um pouco de cassis. Todo o aroma aponta para a frescura, para um leve indicativo vegetal, sem agressividade e com uma indicação de chocolate no final.
Redonda e cheia, a boca apresenta-se num crescendo de força que culmina num final algo explosivo, possante, expansivo, embora sem mostrar sintomas de violência gratuita. Todo o percurso deste vinho na boca é sedoso, macio, franco, sem indícios de agressividade ou asperezas grosseiras. Final de boca possante, com um crescimento surpreendente pela potência e intensidade.
Média Final: 16,86
Preço: 16€
Gnarly Head Lodi Zifandel Old Vines 2006 Tn (California/USA) - Cor vermelha profunda, com bonitas notas grenat no bordo. Aroma directo e evidente a fruta vermelha, muita fruta, tanta fruta que por momentos temos a sensação de estar perante um sumo de fruta concentrado! Não há rodeios nem subtilezas, impera a fruta e é disso que trata o aroma. E pouco mais há a acrescentar neste capítulo.
A boca é muito redonda, muito certinha, sem qualquer sinal de agressividade, muito frutada, sem qualquer sinal de aspereza. Taninos muito suaves, doces, fim de boca curto. Não tem qualquer tipo de defeito e pode ser um excelente acompanhamento num churrasco, onde bebido despreocupadamente ao ar livre fará as delícias com um belo secreto ou entrecosto de porco.
Média final:13,86
Preço: 11,50
Conde de Serpa 2004 Tn (Alentejo) - Cor ligeira, com os bordos tijolados. Aroma com sugestões de couro e mesmo notas animais. Na boca confirma a lembrança do Alentejo, excepto na acidez que é vincada. Algo ligeiro na boca, este vinho já terá ultrapassado a fase óptima para consumo. Definitivamente não vale a pena guardá-lo na garrafeira.
Média Final: 13,22
Preço: 9.99€
Campo Viejo Gran Reserva 2001 Tn (Rioja/Espanha) - Cor vermelho clara, já com os bordos acastanhados. A primeira sensação transmitida por este Rioja é o desequilíbrio alcoólico bem perceptível. Sensação essa que infelizmente vai sendo confirmada ao longo da prova. Decididamente um vinho a que falta equilíbrio. Mas há mais aromas neste vinho, há lá alguma fruta, café, ligeiro tostado, couro e um pouco de cedro. Na boca o álcool também não é discreto, bem antes pelo contrário. O vinho é agressivo e amargo no final, isto embora tenha um final longo. Estranhamente transmite uma imagem de bosque húmido e algum caramelo.
Média Final: 14,50
Preço: 10€
Vertice Grande Reserva 2003 Tn (Douro) - Aroma curioso, com muita groselha e mirtilos, bem como um toque canforado que lhe confere personalidade original. Delicado no aroma, apesar de se perceber a madeira, esta não caustica as narinas, nem se sobrepõe aos delicados frutos vermelhos.
A madeira está mais intensa e perceptível na boca, o vinho está menos delicado e mais directo e surge alguma secura final. Estrutura média, está mesmo na fronteira da agressividade da secura do famoso tanino português, mostrando final de intensidade média. Não me parece ser um vinho de guarda, devendo ser consumido num prazo de três a quatro anos. Por fim, uma pequena palavra para o rótulo... não lhe ficava nada mal uma reformulação...
Média Final:15,65
Preço: 12€