Puros & Vinhos

segunda-feira, novembro 23, 2009

Bétula 2008

Bétula Br 2008 (Douro/ Bétula /Branco/50% de Viognier e 50% de Sauvignon Blanc /13,5º) - Apresenta uma cor citrina com laivos esverdeados.

Aromas a tangerina (citrinos),alguma fruta tropical e fumo de barrica. Estes aromas persistem no copo ao longo da prova, nunca se desvanecendo .

A esta exuberância aromática, junta-se uma boca muito bem afinada, com uma acidez correcta, onde o cítrinoso e o mineral se conjugam muito bem. Guloso, vivo, intenso e diferente.

Encorpado e com um final médio +.

Uma boa surpresa e pronto para ombrear com os melhores brancos nacionais.

Acompanhou uma posta de bacalhau cozido e maridou muito bem , não tendo ficado nem o peixe nem o vinho em lugar de destaque. Equilíbrio completo.

Sinceramente , vou repetir.

17 valores

Paulo Sousa

sexta-feira, novembro 20, 2009

O jantar de Natal dos Puros & Vinhos está a porta, e como sempre costuma ser o maior evento do ano.
Devido ao preenchimento da agenda de muitos confrades, este ano em vez de ser jantar pensou-se no almoço de Domingo dia 20 de dezembro. Todos de acordo?

Peguei nas sugestões do António Amaro, juntei algumas minhas e cheguei a este painel de vinhos:

Inicio: Murganheira Touriga Nacional

Brancos: Domaine Leflaive Borgogne Blanc 2006 (Chardonnay/França)

Giaconda Nantua Chardonnay 2006 (Chardonnay 97%+ 3% Roussane/Austrália)

Tintos: Amon-Ra By Ben Glaetzer 2008 (Old Shiraz/Barrosa valley Austrália)

Esporão 1º Prémio da Confraria dos enófilos 2007 (Syrah, T.Franca,T.Nacional e A.Bouschet/Alentejo)

Quinta do crasto Vinha da Ponte 2007 (castas tipicas do Douro/Douro)

Vintage: Quinta do Vesúvio Vintage 2007

Duvidas existentes:
Quinta do Crasto ainda não saiu para o mercado, se falhar qual será o substituto?
Compra-se 1 ou 2 garrafas de Vintage?
Querem incluir algum branco Português? Qual?


purosevinhos@gmail.com

quarta-feira, novembro 11, 2009

JANTAR Do 6º ANIVERSÁRIO DOS PUROS & VINHOS

se quiser ver a nossa ficha de prova com as médias da prova em formato normal clique na imagem

É com grande alegria que escrevo esta crónica sobre o jantar do 6º Aniversário dos Puros & Vinhos que decorreu no passado dia 6 de Novembro no Restaurante Clube em VFX. Estiveram presentes 17 confrades para celebrar este encontro.

Vamos ao que interessa, os vinhos. Começou-se com um champanhe Moutard Pére et Filles Cuve Prestige Rosé – Já falei sobre este vinho numa crónica de 15/09, em que disse e volto a dizer que gosto muito deste champanhe, e que na minha opinião não fica nada, mas nada a perder em relação ao Ruinart Blanc det Blanc, do qual eu sou fã o mas não fundamentalista. A nota de prova é a mesma, e deixo aqui escrita: Esboçando ligeiros tons acobreados e algum âmbar. Bolha fina e persistente. Aroma expressivo e exuberante, um vivaço. Numa primeira fase revela traços de bagas silvestres, com particular relevo para a groselha e framboesa, a que mais tarde se junta morangos. Numa fase mais avançada, surgem intrigantes sugestões de rebuçado
Mousse abundante, rico na boca, expressivo e falador. Acidez qb, solta sensações contraditórias, por vezes peculiares, sempre originais e pouco comuns. Recorda tomate pela acidez, romã pelo aroma, morango no fim de boca, e sobretudo, muito, muito dióspiro pela prova de boca. Nada de dióspiros madurões, mas sim o dióspiro ainda na fase inicial de maturação, na conversão de fruta verde para madura.

Preço: 31€ Média Final: 15,82

Com o primeiro prato que foi um panado de queijo da serra sobre tosta e molho de romã, provamos o Soalheiro Dócil 2008 (Vinhos Verdes) – Este vinho sem vindima tardia e sem botritys foi o ideal para acompanhar este prato, a seu equilíbrio de acidez e doçura acompanhou a consistência do prato. Gostei muito do vinho, sem ficar deslumbrado. Preço:10€ Média Final: 15,29

De seguida fizemos uma prova cega de brancos, o primeiro a entrar em cena foi o Quinta do Regueiro Grande escolha 2006 (Vinhos Verdes) – Já tinha tido oportunidade de provar este vinho noutras ocasiões, e não me desiludiu, em prova cega não se consegue vislumbrar que estamos perante um Alvarinho. Apresenta-se com uma cor cristalina. Nariz fresco, vegetal, com apontamentos que sugerem uma salada de fruta. Leve madeira confere-lhe estrutura. Na boca entra amplo e fresco, evoluindo de forma equilibrada e directa para um final moderado, de complexidade média e acidez vincada. Apesar de não existir muita profundidade de sabores, onde predomina o vegetal, o conjunto consegue rasgos de prazer e frescura.

Preço: 12Média Final: 15,21

O segundo vinho branco que surgiu na mesa foi o Blanc de Montsalvat 2007 (Priorato/Espanha)– para mim esta foi a surpresa, mas pela negativa. Basta vê-lo no copo, com a sua cor dourada muito velha, para se perceber que este branco é diferente. Este estilo de cor só costuma aparecer após anos, décadas de vida, sendo insólita num vinho ainda tão jovem. Mas se por acaso a cor lhe passar ao lado, o nariz encarrega-se imediatamente de o alertar para as particularidades deste branco original. Um aroma denso, pesado, quase decadente, de fruta cozida, pêra, marmelo em calda. Mas o que mais impressiona é a madeira, as frescas notas de menta e eucalipto, e mesmo uma ou outra indicação de avelãs. Gordo, volumoso, pesado, não lhe ficaria mal um agasalho de acidez que disfarçasse as pregas da gordura. E foi aqui que o vinho me desagradou, a sua gordura enjoou-me e fiquei sem vontade de o voltar a provar.

Preço: 18€ Média Final: 14,64

Começou a prova cega de Tintos, o primeiro a surgir na mesa foi o CV 2007 (Douro) – Um dos grandes vinhos para os dois guias já no mercado, o de João Paulo Martins e o do Rui Falcão. Apresentou-se um vinho cheio e escuro, um vinho que começa por nos dar uma estalada de chocolate que quase nos deixa "knock-out"! Depois vem a fruta, muita fruta madura e doce, cassis, ginga, cereja preta e ameixa, sempre escoltada por notas alicoradas. Tudo muito pecaminoso, pervertido, um vinho guloso mas ligeiramente nervoso na boca, talvez fruto da sua juventude. Existe muita fruta, tudo muito fácil e voluptuosa. Final longo.

Preço:45€ Média Final:17,54

O segubdo tinto a chegar á mesa foi o Brancaia Il Blu 2006 (Toscana/Itália) - Entra tímido nos aromas, recatado da clausura em garrafa. Cromaticamente é um caso de amor à primeira vista, um tom escuro como breu, com laivos violeta que conquista de imediato o olhar. É então que desponta a cereja, e um lado floral muito envolvente. Boca incisiva, muito objectiva, harmoniosa, impera o bom gosto e a sobriedade. Elegante, equilibrado e sereno, nada está desarrumado ou a mais neste vinho.

Preço:44€ Média Final:17,57

O último a chegar á mesa foi o espanhol Astrales Christina 2006 (Ribera del Duero/Espanha) – Apresentou-se com um forte nariz, denso, profundo, com fruta madura a lembrar compota de cereja e ginga, mas depois de volteado ele abre, surgindo a densidade do aroma a ameixa e flores, muitas flores em destaque. A madeira confere-lhe definição, através de sensações a noz moscada e a carvalho, de grande nível e complexidade.
Na boca, a estrutura usufrui da elegância de sabores e aromas a ameixa e ginja madura, casados com nuances vegetais, que lhe conferem delicadeza na envolvência ampla. Termina longo, enquadrado por uma acidez viva e alegre que enaltece uns taninos aristocráticos. Um vinho notável.

Preço:35€ Média Final:17,93

No fim da refeição, para acompanhar o Puro disponibilizado pelo Confrade David bebeu-se um Quinta de Roriz Vintage 2003 -É tudo preto, à excepção dos tons violáceos do bordo. A aproximação ao nariz é pautada por uma enorme doçura de fruto, nada enjoativa, em harmonia perfeita com um cunho vegetal muito vincado donde, esporadicamente, se liberta uma fragrância floral de extrema sensualidade. De tudo isto emerge um conjunto cheio de força e vigor, impressionante na frescura. Um vintage muito elegante e fresco.

Preço:50€ Média Final:17,29

E assim terminou mais um belo jantar dos Puros, e desejando que o próximo surja para breve..... o Natal está á porta.. Até já.

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