Poeira CS 2007
Nota introdutória – "prova efectuada em Janeiro de 2010"
Viva a diferença.
Após uma merecida sesta e um quente duche, para recuperar do (realmente) frio da noite passada à espera dos robalos, apeteceu-me neste invernoso final de sábado, beber um vinho tinto, digo um bom vinho tinto, para premiar os 7 exemplares que consegui capturar e relaxar os sentidos para o serão.
Dos que tinha no momento, decidi abrir o Poeira CS 2007.Fiquei impressionado, não pelos parâmetros tradicionais de apreciação de um vinho, mas pela originalidade e personalidade deste Douro.
Não é de todo um daqueles tintos "que se podem beber sem comer", mas é um vinho tinto diferente, original e personalizado. Denso, púrpura mas mais carregado, os primeiros aromas anunciam o que se segue. Predominam os vegetais, mas de muito boa qualidade. Estão lá um pouco mais longe, os aromas de fruta, mas muito fugazes.
Na boca também é vegetal, muito bom, alguma torrefacção, um suave toque balsâmico, entra fresco e vigoroso (foi provado a 16,5ºC) para depois impregnar a boca e se manter com um final de boca longo persistente.
Embora seja um tinto, gostaria de o submeter a um bacalhau assado no forno, com azeite abundante e cobertura de broa, ou um tradicional arroz de pato bem temperado com pimenta e enchidos tradicionais ou ainda uma alcatra (mal passada) no forno com crosta de sal e pimenta fresca.
Para mim vale 17 valores per si mas merece mais 0,5 valores pela originalidade.
Um abraço e um bom 2010.
António Amaro (Malé)