Puros & Vinhos

segunda-feira, março 30, 2009

Olho no Pé Grande Reserva 2007 Branco

Este fim de semana bebi bons vinhos, alguns com nome e reputação, outros não conhecia.
Resolvi destacar um dos que não conhecia, o Olho no Pé Grande Reserva 2007 Branco, um nome fora do vulgar com alguma imaginação assim como o nome do produtor (Folias do Baco), feito a partir de vinhas velhas das castas Rabigato, Viosinho e Gouveio.

No Web site do Produtor, o Enólogo Tiago Sampaio faz um breve resumo das características da Quinta e dos vinhos que produz:

"Os vinhos Olho no Pé nascem nas mais frescas encostas do Vale do Douro, em vinhas familiares, a altitudes médias entre os 500-600m. Tirando partido dos conhecimentos adquiridos ao longo de gerações e aliando-os aos mais recentes avanços científicos, todo o processo de criação do vinho é cuidadosamente acompanhado e controlado. O resultado são vinhos sedutores, complexos, misteriosos e de grande versatilidade gastronómica, proporcionando momentos de grande prazer. Um nome invulgar, para vinhos únicos!"

Tiago Sampaio, Viticultor e Enólogo

Quanto ao vinho propriamente dito, ele apresenta-se com cor amarela palha claro, com toques dourados. Aroma de boa intensidade, fino, pejado de frutas tropicais, ananás, manga, pêssego, maçã com um delicado fundo floral. Um ligeiro toque herbáceo. Corpo médio, acidez perfeitamente equilibrada, complexo, carnudo. Extremamente feminino, é um vinho fresco e vivo com um bom final, prolongado e persistente. Este é um vinho muito curioso e bem elaborado . Vale a pena prová-lo!

Nota:16,50

Preço: 8€

segunda-feira, março 23, 2009

Herdade das Servas Vinhas Velhas 2005


Vinhas Velhas 2005 é a nova variante da marca Herdade das Servas. Trata-se de um vinho elaborado com uvas das castas Touriga Nacional (60%), Alicante Bouschet (30%) e Syrah (30%) que após um rigoroso acompanhamento na vinha, foram vinificadas nos lagares. O envelhecimento fez-se em barricas novas de carvalho francês durante 12 meses e em garrafa, na cave, durante mais 24 meses.

Como todas as substâncias de respiração vivas, o vinho tem um nascimento, uma juventude, uma maturidade gloriosa, um declínio e uma morte eventuais. Irónico ou não o "Vinhas Velhas" acaba de nascer, e que bonito é o novo rebento da herdade das servas. Auguro-lhe uma longa vida, provavelmente a sua maturidade será adquirida daqui a 10 anos.

Este Vinhas velhas apresenta uma cor violeta muito escura e cativante.

O primeiro impacto aromático é muito sedutor, apresentando aromas de fruta madura, com muita amora e framboesa, alguma ameixa e notas especiadas da madeira onde estagiou. O facto de ter sido utilizado carvalho francês no estágio deste vinho só o beneficiou já que a madeira se apresenta muito mais subtil e delicada, sem ofuscar a fruta.

O palato é confrontado com muita, muita fruta, mostra-se quase doce, mas felizmente existe uma acidez firme que torna este vinho revigorante e refrescante, não se sentindo os seus altivos 15º. Taninos pujantes, este é um vinho muito atractivo feito muito num estilo novo mundo.


Nota:17,5

Preço:22€

quinta-feira, março 19, 2009

Les 50 Meilleurs du Monde

A reconhecida revista francesa "L'Amateur de Cigare" classificou os melhores charutos de 2008, deixo aqui os 10 primeiros:

1º H.Upman Sir Winston / Chuchill /Cuba

2º Partagas Lusitanias / Double Corona / Cuba

3º Saint Luis Rey / Double Corona / Cuba

4º Trinidad Fundadores / Grand Panatella / Cuba

5º ramon Allones Gigantes / double Corona / Cuba

6º Cohiba Maduro 5 Mágicos / Robusto / Cuba

7º Ramon Allones Specially Selected / Robusto / Cuba

8º H.Upmann Magnum 46 / Corona Gorda / Cuba


9º Arturo Fuente Opus X / Robusto / Republica Dominicana




10º Oliva Série V torpedo / Figurado / Nicarágua


purosevinhos@gmail.com

quarta-feira, março 18, 2009

Quinta das Tecedeiras Reserva 2005

Quinta das Tecedeiras Reserva 2005/Tinto/Douro/14,5º

Não é fácil escrever sobre vinho, muito menos sobre um vinho de que me habituei a gostar, desde o primeiro dia em que o provei.

A Quinta é propriedade da Dão Sul e fica situada na margem sul do rio Douro. O seu nome deriva da cultura do linho e a sua flor, aparece representada no rótulo da referida garrafa.

É um buraco negro,se visto por cima, não é muito exuberante de aromas, mas conseguem encontrar-se, fruta doce (compotas), cereja, ameixa e ginja.

Na boca é um misto de elegância e potência, com taninos muito, muito finos, complexo, com as notas aromáticas, a sobressaírem também na boca, acompanhadas do chocolate e da ameixa, nota-se também um tomilho…tudo muito bem envolvido e com a sensação de que o vinho no copo se vai alterando a cada minuto que passa.

Tem um corpo médio+, em anos anteriores já foi mais encorpado, e um final longo, mas não longuíssimo.

Em resumo é um vinho que me deu um imenso prazer a beber, foi acompanhado com uma Lasanha á Bolonhesa, que só a minha mulher sabe fazer.

Um vinho que estagiou dez meses em barricas de Carvalho Francês e que custou 13€, na loja da Quinta do Encontro (propriedade da Dão Sul), situada na Anadia.

Classificação 17,5 valores

Paulo Sousa

purosevinhos@gmail.com

segunda-feira, março 16, 2009

Flamenco e Puros


Muitos elementos dos "Puros & Vinhos" devem estar-se a interrogar o que é que flamenco tem a ver com Puros ou vinhos ?


Realmente não tem nada a ver, mas se lhe juntarmos que num espectáculo de sevilhanas se fumou um belíssimo Puro, provavelmente já não terei nenhum reparo da parte dos restantes confrades ou dos restantes seguidores do blog, espero eu....


Para quem não está familiarizado com o fenómeno das "Sevilhanas", tal como o nome indica, são constituídas pela música e pela dança típicas de Sevilha. A sua graciosidade, vivacidade e dinamismo reflectem-se no toque da guitarra, no bater das palmas que acompanham as saias a rodar e os tacões a solarem no palco, com a força de um sentimento puro...


A linha divisória entre o flamenco e o folclore é, por vezes, demasiado ténue. As sevilhanas movem-se nessa ténue fronteira, mantendo porém a sua essência popular, mas sem renunciar à riqueza expressiva do flamenco. Um género a meio caminho, cuja constante transformação fez surgir novos estilos, evoluir musical e tematicamente as coplas e criar uma fonte comercial para a cultura andaluza.



É neste género, que Blas Vega caracteriza pela sua «graça, vivacidade e dinamismo», o toque da guitarra que a acompanha admite qualquer tom. A dança, movimento quase congénito para os sevilhanos, é o que populariza o estilo. As sevilhanas dançam-se a pares ou em séries de quatro.


Sábado fui convidado para assistir a um espectáculo de Sevilhanas protagonizado pelas "Las Guapas", um grupo que está sediado em Cheganças concelho de Alenquer. E só posso dizer que as "Guapas" "Incendiaram o palco". "Deitaram aquilo abaixo". Lugares comuns que tão bem se aplicam a um projecto que, desde o primeiro "round", agarrou uma plateia de fãs e conhecedores do fenómeno. Arrepiante a explosiva ovação final. O caso não é para menos. Há muito que não me lembrava de assistir a um espectáculo tão intenso, do primeiro ao último minuto. Sem qualquer tipo de quebra. Partindo sempre de uma base de flamenco e sucedâneos - bulerias, rumbas catalãs (o farol que as ilumina). Só que, nas "Guapas" tudo parece perfeito. Acompanha com as mãos e todo o corpo, os ritmos demolidores que saem do arrebatador som flamenco, estiveram muito bem em palco.


Espero organizar um jantar de vinhos e que "Las Guapas" possam vir actuar no final do jantar, como já esteve para ser realizado, mas por dificuldade de agenda não se pôde realizar.


Não devo menosprezar o magnífico Puro que degustei durante a actuação flamenga um Trinidad Robusto extra, que não ficou nada atrás do espectáculo que estava a presenciar, apresentou-se com uma prefeita construção, com cinza branca e capa oleosa, suave e com um bom tiro (Cheio), posso considerar como um dos meus robustos preferidos que devo ter sempre na minha caixa humidificadora, classifico-o como uma mulher bonita com personalidade. Nota:18


Aproveito para falar de um vinho provado este fim de semana Vinha Othon Reserva 2006 TT Dão - Se há cores que não enganam esta é uma delas: uma empatia imediata com uma tonalidade violeta escura, num prenúncio da superior qualidade do vinho. No nariz o primeiro impacto não é muito sedutor, pelo facto de não ser muito exuberante, e sim delicado, demorando a mostrar as primeiras notas do bom perfil aromático que tem, combinando notas de morangos, frutos secos, muita canela tudo envolto num tostado de grande qualidade. Penso que o vinho ganha com a decantação. Sedutor e envolvente na boca, sumarento, fresco, subtil, elegantíssimo... puro veludo. Taninos perfeitamente domados e um grande final, onde sobressaem a óptima acidez e a excelência das madeiras de estágio. Equilíbrio e harmonia notáveis. Nada de violências ou brutalidades... apenas classe e finesse. A não perder... Nota:17


Preço:14 €

sexta-feira, março 06, 2009

4ª Prova á Quinta

Ordem de saída

LD

MJ

PS

DP

NA

BB

Média

Vinha da Defesa 2008

14.00

13.50

14.00

12.50

15.00

14.50

14,00

Monte Velho 2008

13,50

13,00

13,50

11.00

13,00

14,50

13,25

Soalheiro primeiras vinhas 2007

16.50

16.00

16.00

14.00

16.00

16,50

16.13

Quinta dos Carvalhais Alfrocheiro 2003

16.00

15,00

15,50

15,50

16,00

15,50

15.63

Herdade das Servas Touriga Nacional 2005

16,50

16,50

16,50

17,00

17,00

16.50

16.63

Terras da Luz Reserva 2005

15.50

16.00

16,00

16,00

15,50

16,00

15.88

Preta 2005

16.50

16,50

17,00

16,00

17,00

16,50

16.63

Quinta da garrida Touriga Nacional 2004

15.50

14,50

15,50

14,00

13,50

15,00

14.75

Quinta do Casal Branco 2006

15.50

15.50

16.00

15.50

16.00

15.50

15.63

Herdade do peso Colheita 2003

14.50

15,00

14.50

15.00

13.50

15.00

14.75

Antes de falar dos vinhos propriamente dito, tenho de voltar a informar da forma como são feitas estas provas.

Todos os confrades trazem um vinho de casa devidamente tapada, são depositadas as garrafas numa sala, e um dos elementos vai buscar as garrafas para a prova. Sendo depois votado consoante o critério de cada provador. A média final é feita tirando o máximo e o mínimo das várias notas dadas a cada vinho e dividido pelos restantes provadores.

Vinha da Defesa 2008 Br(Alentejo,Preço:7,00€) Cor amarelo palha, a cair para o desmaiado. Mostra aroma frutado, cheio, com exuberantes notas limonadas, pêssego e fruta tropical ligeiramente adocicado. Insinua um aroma gordo, com leves sugestões vegetal.

Acidez correcta, boca fresca e frutada é um vinho bem elaborado e agradável. Feito num estilo "agrado a todos.

Média:14,00

Monte velho 2008 Br – (Alentejo, Preço:3,50€) Como bem sabemos, o vinho Monte Velho branco ou tinto é um caso de sucesso. Destas garrafas fazem-se literalmente milhões! Esta que nos caiu em sorte apresenta cor amarelo esbranquiçado e aroma fresco e vivaço. Suaves notas citrinas, um pouco de erva fresca, na boca repete a dose e acrescenta um muito leve toque mineral. Para o preço não se pode exigir mais, e a verdade é que não desmerece à mesa e que acompanha sem dificuldades uma refeição

Média:13,25

Soalheiro Primeiras Vinhas 2007 Br – (Vinhos verdes, Preço:13,00€) Nariz fresco e denso nos aromas a fruta, a lembrar alperce, pêra e maracujá. A envolvência vegetal, de relva fresca cortada e espargos, e a componente mineral dão-lhe um toque equilibrado. Na boca a acidez comanda a estrutura, dando vivacidade e um comprimento longo, cheio, ao mesmo tempo leve e fresco. A persistência de sabores é vegetal e mineral, com as fundamentais sensações a fruta tropical, necessárias num Alvarinho novo. Um branco amplo, delicado, saboroso, que alia na perfeição componentes frutadas, vegetais e minerais.

Média:16,13

Quinta dos Carvalhais Alfrocheiro 2003 TT – (Dão) Nota-se uma ligeira evolução na prova de nariz. No conjunto é muito elegante e apetecível. Existe uma complexidade de aromas notável: fruto preto, florais, balsâmicos e tabaco.

A elegância é a palavra de ordem. Na boca, a acidez é fresca, a concentração moderada, e a riqueza dos taninos saborosa. O final de boca é longo, com persistência de sabores a fruto preto e esteva. Um vinho muito bem feito.

Média:15,63

Herdade das Servas Touriga Nacional 2005 TT(Alentejo, Preço:12,90€) Nariz limpo, directo, com predominância de intensos aromas florais e frutados. Um leve toque de madeira, dão-lhe um toque bem definido mas subtil. Na boca entra moderado, com envolvência de aromas florais que terminam numa estrutura leve mas saborosa, apelando à elegância. Este perfil fresco e desprendido possui uma objectividade de aromas e sabores impressionante, capaz de atrair os gostos de qualquer consumidor no mundo. Este perfil aromático fez-me também recordar os bons Touriga Nacional elaborados na região do Dão. À parte as questões comerciais, a Touriga Nacional, vinificada desta forma, conquistaria o panorama internacional num abrir e fechar de olhos.

Média:16,63

Terras da Luz reserva 2005 TT – (Tavira /Algarve, Preço: 14€) O David Insiste nos vinhos algarvios, sempre com a convicção que esta região ainda tem muito a dar ao país vinícola e que surpresas agradáveis poderão advir no futuro. O potencial existe, falta capital e sobretudo vontade e ânimo de fazer bem. Este Terras da Luz aparece muito bem vestido, num binómio garrafa/rótulo elegante e distinto. Um bom sinal!

De cor vermelho rubi. Nariz airoso, perfumado, desta vez o Cabernet pesa pouco e a Trincadeira evidencia-se declaradamente no aroma. Fruta discreta, fruta vermelha, com cereja, framboesa e groselha em destaque.

Estrutura delgada, um pouco franzina, curiosamente sente-se mais o peso da madeira na boca que na prova aromática. Taninos secos, nunca transpõem a barreira da agressividade, mantendo o bom senso e a compostura. Acidez assertiva, se exceptuarmos os taninos, este tinto de Portimão mostra-se redondo e "simpático" no paladar.

Média:15,88


Preta 2005 TT - (Alentejo, Preço: 19,95€) Forte concentração de cor. Nariz guloso, muito guloso, com apontamentos doces, apesar de equilibrados. Fruto preto, baunilha e madeira formam uma "banda" de sucesso. Na boca é equilibrado, muito saboroso, intenso nos sabores a fruta. Sem impressionar, a acidez acerta o compasso geral, contribuindo para um final longo, abraçado por doces taninos. O consenso será generalizado apesar de impressionar mais pela sua espessura e intensidade, não tanto pela sua complexidade.

Média: 16,63€

Quinta da Garrida Touriga Nacional 2004 TT – (Dão,Preço:9€) Para todos aqueles que acompanharam a sua evolução, paira no ar alguma desilusão, porque o vinho perdeu alguma potência e parte da carga frutal inicial. Contudo, preserva tonalidades rubi muito vivas e uma grande envolvência aromática, com os frutos vermelhos a entrelaçarem-se com notas de especiarias e balsâmicos, a que acresce um ténue alicorado que reforça a complexidade do conjunto. Estrutura média/alta num vinho vivo, fresco, persistente, com um final em que os taninos, persistentes mas dóceis, combinados com notas de barrica evocam grande sofisticação. Um conjunto que prima pelo equilíbrio e pela harmonia e, talvez por isso, precisasse de mais «raça» para deslumbrar. Esse é, por norma, o problema dos vinhos em que a suavidade e a elegância sobressaem. Mas, no vinho como na vida...não se pode ter tudo.

Média:14,75

Quinta do casal Branco 2006 TT – (Ribatejo) A cor é relativamente opaca, os aromas são frutados, ricos de compota, com nuances de tabaco, chocolate de leite e muito leve especiaria. A boca é bastante "moderna", fica marcada pelo sabor a a chocolate de leite, fácil, directa, mas agradável. Feito num estilo, agrado a todos, penso que de facto consegue agradar à maioria, e apesar de muito internacional, mantém uma alma portuguesa.

Média:15,63

Herdade do Peso Colheita 2003 TT – (Alentejo) Cor vermelha, pouco intensa, com concentração ligeira e opacidade reduzida. Fruta discreta, pouco expressiva e aromas terrosos marca indelevelmente a prova aromática deste tinto alentejano. A boca revela acidez firme (demasiado firme?), que aliada a uma "magreza" acaba por lhe deixar os taninos a descoberto. Confirma a discrição da fruta e apresenta fim de boca curto. É um vinho para o dia-a-dia, um vinho simples, um vinho elaborado num estilo consensual e sem complicações.

Média: 14,75

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